Dia Mundial dos Direitos Humanos

Hoje decidi postar em meus blogs o mesmo assunto - Dia Mundial dos Direitos Humanos - em um deixei o histórico ( Blog Escolas Inclusivas ), em outro uma pincelada ( Blog As palavras que me definem ) e no Blog Kantinho da Kekel um cartão com um acróstico - que também está em todos as postagens, inclusive nesta, lá no fechamento.

Então pensei...O que escrever neste blog onde é a minha terapia na luta contra a comedora compulsiva que mora em mim?Deveria falar dos direitos humanos não cumpridos? Do povo sofrido? Dos oprimidos? Das filas no SUS? Do Estatuto da Criança e do Adolescente mal interpretado? Dos direitos das pessoas deficientes (diferentes funcionais) que não têm direito quase que nenhum? Do idoso abandonado? Que direitos humanos devo falar?

Então pensei , pensei, pensei outra e outra vez...E por que não falar dos meus direitos? Afinal quase que diariamente meus direitos são pisados, ignorados, ridicularizados. Tenho artrose, sinovite, tendinite e condropatia (Ufa!!) nos joelhos e por conta disso venho observando que a acessiblidade para as pessoas com deficiência é um filme de terror. Quando "dou de cara" com uma escada e "nadica" de rampas, meu tormento começa. Subo contando degraus e sentindo muita dor. Imagina um cadeirante numa situação dessas. Ah! Não somos humanos? Quem sabe  somos extraterrestres que não se enquadram nas leis da sociedade humana do Planeta Terra," né"?

Desde pequena fui marginalizada por ser obesa. Não tive muitos coleguinhas que brincavam comigo, professoras que nem descobriram minha dislexia (descobri no ensino médio) e por conta disso nem lembro o nome delas, na verdade nem do sorriso, nada. Tive que, sozinha, criar um código para poder ler e escrever. Meu direito? Foi esquecido lá para trás. Depois, me revoltei, entrei na universidade e tive só "notaços". Fiz um concurso público e tirei em primeiro lugar. Felicidade, pizza e muitos beijos e abraços. Porém, no meu caminho tinha uma pericia médica que me barrou porque meu coração era um tantinho maior. Tive que passar por três cardiologistas e entrar com processo. O que os incomodava era a minha obesidade. Lembro de um médico que ficou muito indignado com a atitude da pericia: "Eles querem um coração de passarinho em ti? " Graças a este médico, a pericia médica teve que me aceitar. Outra vez, eu tive que valer meu direito.

Dez anos depois disso resolvi fazer a bariatica (redução de estomago) e um dos exames era de coração, para ver se ele resistiria a cirurgia. Pois é, ELE ESTAVA PERFEITÃO! Fiz a tal cirurgia.

Repito: Meus direitos? Só acontecem se eu exijo, grito, brigo, faço acontecer!

Desculpem...precisava desabafar!!!!!!!!!!!!